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ICAFRO: O Instituto de Defesa da Cultura Afro-Brasileira

Catharinna Marques (Coordenadora de Educação)

Luã Ferreira (Diretor Executivo)


Um país que deixa a cultura se perder nunca será uma nação.


É com base nessa frase do sambista e compositor Antônio Candeia que nasce o Instituto de Cultura Afro-brasileira e Arte Popular (ICAFRO), em janeiro de 2021, com o objetivo de valorizar as raízes culturais, políticas e sociais da herança africana no Brasil. Por serem de diferentes regiões, o encontro dos três cientistas sociais cofundadores do instituto permitiu que, desde o início, a atuação se dividisse em dois estados: Rio de Janeiro e Maranhão, importantes regiões na história da população negra. Portanto, os projetos desenvolvidos pela organização prezam pelo reconhecimento da cultura negra como fonte de saber ancestral fundamental para guiar os passos dos movimentos populares por justiça social e racial.


Nesse sentido, em um processo de retomada e ressignificação dos valores afro-brasileiros, o ICAFRO busca promover e salvaguardar a cultura negra e as distintas manifestações de arte popular a partir de quatro pilares de atuação: advocacy, educação, mobilização e pesquisa. Neles, enfrentamos o cenário de avanço do conservadorismo no Brasil e concentramos esforços para desenvolver ações antirracistas à partir do fomento às cenas culturais locais, aos projetos de letramento racial em espaços formais como escolas e universidades, bem como em favelas, periferias e comunidades remanescentes de quilombos.


O instituto é composto apenas por pessoas pretas e pardas com diferentes níveis de envolvimento com a cultura negra: acadêmicos, artistas, ativistas, produtores culturais, comunicadores, entre outros. Por considerar que a pandemia não só afetou de forma severa o setor cultural, mas também escancarou ainda mais as desigualdades raciais e econômicas do nosso país, o ICAFRO apresenta-se como um projeto que visa resguardar o direito à cultura em meio a essa conjuntura. Temas como a implementação da Lei n.º 10.639/2003, o desmonte da Fundação Palmares, racismo religioso, demarcação de terras quilombolas e a valorização de manifestações culturais populares – tais como o funk e o samba – são recorrentes em nossa agenda de trabalho.


Em mais um desafio a ser encarado, contribuiremos eventualmente com a coluna de Direito e Cultura do blog. Convidamos as leitoras e os leitores para nos acompanhar nas reflexões críticas sobre questões culturais na tão conturbada conjuntura em que vivemos atualmente. Além de abordar os temas cotidianos do nosso trabalho, pretendemos ir além e utilizar o espaço para refletir temáticas que, por vezes, da noite para o dia, viajam o mundo através da mídia ou viralizam nas redes sociais. Do fenômeno Anitta ao São João do Maranhão: quando o assunto é cultura popular, fale com o ICAFRO!


E você, vem com a gente?



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